quarta-feira, 25 de abril de 2012

Trinta anos de presidência

Não sou um adepto que frequente elites ou passarelas, misturo-me na massa anónima que de semana a semana vibra com os feitos do seu clube, irrita-se quando a bola não entra, emociona-se com as vitórias, que olha para o lado e vê a alegria que vai na alma daquelas gentes quando os títulos brotam como flores, que o amor ao azul e branco é, muitas vezes, o único bem que lhes alimenta a alma. Esta é a mais longa paixão da minha vida. Desde o ano 49 do século passado que não conheço outra cor. Sedimentei esta ligação nas derrotas, nas humilhações, na pequenez dos nossos horizontes. A minha maior aspiração em criança era o novo estádio do FCP, assim se escrevia no jornal "O Porto" de 18.04.1950. Nessa inauguração saltaram-me as lágrimas porque fomos goleados pelo nosso adversário. Mas valeu a pena esta longa travessia do deserto.
Depois o Clube rompeu muros, abriram-se mentalidades, rasgaram-se fronteiras. Tudo com um denominador comum - Pinto da Costa. Para uma cidade fechada, estagnada por forças que lhe eram hostis, o aparecimento deste dirigente  foi uma lufada de ar fresco, um exemplo de dedicação, competência e ambição a que os portugueses não ficaram indiferentes, nem mesmo os seus detratores.
Uma pergunta ocorre insistentemente. e o futuro? As bases estão consolidadas, o Clube é hoje uma instituição respeitada e admirada em muitos cantos do Mundo. É um ícone da cidade do Porto. Não podemos perder este capital. Oxalá daqui a uma dezena de anos possamos festejar os 40 anos de presidência.