sábado, 14 de outubro de 2023
quarta-feira, 2 de março de 2022
NÃO Á GUERRA
“Só um louco pode desejar a guerra. A guerra destrói a própria lógica da existência humana” Pablo Neruda
“Os poetas odeiam o ódio e fazem guerra à guerra.”
“Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem.”
Em época de paz, os filhos enterram os pais, enquanto em época de guerra são os pais que enterram os filhos.
Qualquer coisa que encoraje o crescimento de laços emocionais tem que servir contra as guerras.
Certamente têm razão aqueles que definem a guerra como estado primitivo e natural. Enquanto o homem for um animal, viverá por meio de luta e à custa dos outros, temerá e odiará o próximo. A vida, portanto, é guerra.
Se a guerra é uma coisa horrível, não seria o patriotismo a ideia-mãe que a nutre?
Não é a fome, mas, pelo contrário, a abundância, o excesso de energias, que provocam a guerra.
A coragem alimenta as guerras, mas é o medo que as faz nascer.
Se matamos uma pessoa somos assassinos. Se matamos milhões de homens, celebram-nos como heróis.
Decididamente não compreendo por que é mais glorioso bombardear de projéteis uma cidade do que assassinar alguém a machadadas.
Derrotar o inimigo em cem batalhas não é a excelência suprema; a excelência suprema consiste em vencer o inimigo sem ser preciso lutar.
A guerra é a coisa mais desprezível que existe. Prefiro deixar-me assassinar a participar dessa ignomínia.
Morte à morte! Guerra à guerra! Viva a vida! Ódio ao ódio. A liberdade é uma cidade imensa da qual todos somos concidadãos.
O maravilhoso da guerra é que cada chefe de assassinos faz abençoar suas
bandeiras e invoca solenemente a Deus antes de lançar-se a exterminar a seu
próximo.
As duas virtudes cardinais da guerra: força e fraude.
A guerra é um massacre entre gente que não se conhece, para proveito de pessoas que se conhecem, mas não se massacram.
JCV
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
Snappy, um grande amigo.
Snappy, um grande amigo!
E assim se vai mais um pedaço da nossa vida. Depois do teu amigo Jimmy partir, sei que sentiste falta das vossas brincadeiras, do calor do seu corpo nas noites frias, dos amuos que volta e meia vos invadia. Mas nunca perdeste o sentido dos horários para comer. Daí eu não poder falhar por que o teu miar era persistente. Gostavas de ronronar quando estavas próximo, mas a tua grande qualidade era receber as visitas à porta da entrada. Nunca falhavas. Zanguei-me várias vezes contigo por causa do excesso de comida, mas o teu olhar era imperturbável. Nos picos do Inverno penetravas no nosso leito como se de um direito adquirido se tratasse. Detestavas viagens de carro. Ir enjaulado não era contigo. E portanto quando pressentias a partida, desaparecias intencionalmente.
Foram doze anos de saudável convívio. Apareceste numa manhã de Natal a pedir comida como se já conhecesses a nossa casa na aldeia e nem a presença do Jimmy te perturbou. Resolveste partir, mais um amigo que nos deixa, as saudades são muitas, mas as imagens ficarão para sempre. Obrigado Snappy.
sábado, 12 de agosto de 2017
Pelos caminhos do Douro Superior
A natureza e a capacidade do homem numa perfeita simbiose, realizaram esta obra considerada Património Mundial.
quinta-feira, 20 de abril de 2017
terça-feira, 6 de setembro de 2016
E tu Jimmy!
Chegou a hora! Foi no passado dia 20. Deste-nos tudo que um verdadeiro amigo pode dar. Onze anos cheios de vida, Entraste na nossa casa num dia de Junho. Excitado, escorregavas no mais pequeno obstáculo, cheirando tudo que identificava a tua nova morada. Fomos à escola para aprendermos a conviver. Com a tua irreverência, não foi fácil. Recorda-nos uma fuga tua em plena Alameda Eça de Queiroz, em direcção à Praça Velásquez que te custou uns pontos numa pata. Caminhamos longas horas, tu pensando nos teus amores e nos teus inimigos de estimação, nós pensando na vida. Para ti não havia tristeza quando abríamos a porta de casa. A tua lógica era surpreendente. Não usavas relógio, nem telemóvel mas sabias a que horas tínhamos de assumir os nossos compromissos contigo. E quando nos atrasávamos, ficavas vigilante e atento aos nossos movimentos. Tu próprio tomavas a iniciativa de ir buscar a trela para lembrar que estava na hora do passeio
Irradiavas felicidade com a casa da aldeia, o teu lugar favorito. Deliciavas-te com a relva fresca e verdejante. Caminhavas sem destino na busca dos teus prazeres, mas sempre regressavas . Apenas falhaste num tempo de Inverno quando um nevão invadiu a aldeia. Tu e o teu amigo Nino, que também já partiu, perderam-se na busca de uma companheira,. Trilhamos vários caminhos para vos encontrar, mas em vão. Qual nosso espanto quando depois de mais uma tentativa, demos contigo a aguardar pela nossa chegada na varanda da casa, ao fim de três dias, enlameado, cansado e esfomeado mas com um olhar reprovador da nossa ausência.
Sempre percebeste os teus limites e quando nós estávamos zangados contigo. Mas não vacilavas, o teu olhar determinado fazia de nós uns aprendizes da serenidade. Nas horas de tristeza, sempre encontraste um brinquedo para nos entreter. Cinco minutos da nossa ausência, era para ti uma eternidade. Assim o expressava o teu rabo!
Não discriminavas ninguém. Quem entrasse em nossa casa era teu amigo. Zelavas pelo teu amigo Snappy como se ele fosse igual a ti e afinal era um gato. Quando lhe roubavas a comida, não conseguia disfarçar o teu olhar culpado!
Eras paciente nas doenças e foram várias, mas sempre foste forte e aceitavas o que aí vinha, confiavas em nós. A doença agora foi mais forte mas lutaste até ao fim. Nem no final deixaste de ser um lutador. Caíste de pé! É um vazio que se abre em nós. Doloroso! Difícil! Os teus donos vão sentir penosamente a tua ausência, mas irão certamente recordar, com encanto, esta bela lição que a natureza nos proporcionou. Podes crer, seremos mais tolerantes com o mundo que nos mostraste, mais exigentes com o que vale a amizade, mais firmes na defesa dos vossos direitos.
Saudade e tristeza são os sentimentos que agora nos dominam. Adeus companheiro, até sempre!
quinta-feira, 2 de julho de 2015
O Outono do Patriarca
"...quando eu morrer, hão-de voltar os políticos para repartir esta merda como no tempo dos godos, vocês vão ver, dizia, hão-de voltar a repartir tudo entre os padres, os gringos, e os ricos, e nada para os pobres, claro, porque esses hão-de estar sempre tão fodidos que no dia em que a merda tiver algum valor os pobres hão-de nascer sem cu, vocês vão ver, dizia,..."
Do livro "o Outono do Patriarca"