sábado, 26 de janeiro de 2013

AS ESCADAS DA VERDADE

Trinta e quatro anos de trabalho, sem horas, sem vida familiar, sempre com a camisola da empresa á frente. Dois dias de faltas nesse tempo todo. Chegou o dia de regressar a casa. Uma sensação de alivio e a certeza de ter cumprido a minha missão. Era altura de virar a página, dedicar-me a outros temas. Tudo parecia correr como imaginara. Mas eis que a escória da politica, em nome do interesse nacional, surge brutal e impiedosa, não olhando a meios para desbastar o que de bom existia , destruindo emprego, lares, pessoas, deixando um rasto de miséria e sofrimento. Jamais fui assaltado com esta violência.
Os portugueses não mereciam esta traição. A divida soberana não foi inventada pelo povo nem nasceu da sua vontade. Esta divida foi o alimento de uma reles classe politica que desbaratou os fundos de que dispôs, que destruiu as fontes de riqueza do povo, que avançou com projectos megalómanos sem qualquer mais valia para o bem estar da população.
Roubaram-me anos de ilusão, obrigaram-me a rebobinar o filme da minha vida e regressar á minha meninice quando a vida era muito difícil e eu criança nada podia acrescentar.