domingo, 10 de fevereiro de 2013

A GUERRA EM SILÊNCIO
 
 
Não se vê o movimento de tropas, mas assiste-se ao trânsito das pessoas refugiando-se noutros países.
Não se ouve a deslocação de aviões de guerra, mas pode observar-se lojas fechadas, fábricas encerradas, filas intermináveis de desempregados.
Não se visualizam os tanques de guerra invadindo as cidades, mas sente-se pessoas sem lar, procurando na rua o seu abrigo.
Não se ouve o assobio dos rockets, mas assiste-se a filas de pessoas procurando um pouco de comida.
Não se escuta o ruído dos disparos, mas vê-se pessoas com fome, de braços no ar, tentando agarrar alimentos.
Não se ouve o estrondo das granadas, mas assiste-se ao abandono dos idosos entregues ao seu destino.
Não se sente o disparar de metralhadoras, mas encontram-se em muitas escolas crianças subnutridas.
Não se vêem trincheiras com soldados vigilantes, mas sentem-se animais ao abandono buscando desesperadamente alimento.
Não temos prisioneiros de guerra, mas assiste-se quase diariamente a suicídios de mães que arrastam os filhos para o fim.
Não temos campos de concentração, mas vê-se muita gente prisioneira do seu vazio.
Não se vê a guerra mas sente-se o seu silêncio.